Grandes negócios

GRANDES NEGÓCIOS
Contentava-me ser bancário gestor.

Quem me dera ser banqueiro,
Viver abastada-mente.
Por ter um bom mealheiro.
Nos bolsos de toda a gente.

É só falar em milhões,
Em muitos lucros ir falando.
Comprar olhos e mirões,
Por traz, tudo vou roubando.

Só recolhe quem semeia,
A todos ir enganando.
Sei que toda a alcateia
Uns aos outros vão tapando.

Ir sempre camuflando,
Num paraíso fiscal.
Sempre pobre vou ficando,
Aos olhos do pessoal.

Passam anos a correr,
À vara larga vou gastando.
Quando algo se vai saber,
É maldade que estão usando.

No final eu não vou preso,
Em meu nome não nada tenho.
Assim é como eu vejo,
Assim trabalha este engenho.

A minha mulher é rica,
Mas, de onde veio a fortuna?
Para averiguar ninguém fica,
Ela nunca foi gatuna!

Acaba o banco eu vou para casa,
Qual é o nº seguinte.
Quem leva o corte na asa,
Quem paga, é o contribuinte.
Mário Pão-Mole.

Sem comentários: