Até que a voz me doa

ATÉ QUE A VOZ ME DOA.

Vou gritar aos quatro ventos,
Grito por não estar contente.
Assim está muita gente,
Com seus descontentamentos,
Destes ares que poluentes,
Pela maldição de capitais
Ele cada vês são mais,
Com mais força e mais poder,
E nós ficamos a ver,
Quem é que nos rouba mais.

Abre os olhos Zé-povinho.
Não engulas a patranha.
Porque te iludem com manha.
Com palavras de padrinho.
Olha bem para o caminho,
Que te estão a indicar,
Atolado vais ficar.
Não compreendo a razão,
E repartes o teu pão,
Com quem te está a roubar.

Olha para quem bem nos quer.
Sem rejeitar aparências.
Se é por conveniência,
És dum partido qualquer,
Sejas homem ou mulher,
Pensa bem no amanhã,
Nada de esperança vã.
Nem te embales em cantigas,
Amanhã só tens fadigas,
Sem teres garfo nem colher.

Os ladrões que só vão ser,
Absolvidos e perdoados,
Ao seus casos arquivados,
E provas não vai haver.
Possível, ainda vão querer,
Umas indemnizações,
Por lhes chamarem ladrões.
Assim foram difamados,
Nisto quem são os lixados?
São sempre os mexilhões.
Mário Pão-Mole.

Sem comentários: