Bocage - A um célebre mulato Joaquim Manuel

A um célebre mulato Joaquim Manuel,
grande tocador de viola e improvisador de modinha.
Esse cabra ou cabrão, que anda na berra,
Que mamou no Brasil surra e mais surra,

O vil estafador da vil bandurra,
O perro, que nas cordas nunca emperra:
O monstro vil que produziste, ó Terra
Onde narizes Natureza esmurra,

Que os seus nadas harmônicos empurra,
Com parda voz, das paciências guerra;
O que sai no focinho à mãe cachorra,
O que néscias aplaudem mais que a "Mirra",

O que nem veio de prosápia forra;
O que afina inda mais quando se espirra,
Merece à filosófica pachorra
Um corno, um passa-fora, um arre, um irra.

Bocage

Sem comentários: